domingo, 5 de janeiro de 2014

Jantar alemão com vinho branco


Ontem à noite harmonizamos um jantar alemão (linguiças variadas, joelho de porco, bisteca de porco, chucrutes, batata cozida) com um excelente vinho canadense, produzido pela vinícola Jackson-Triggs na região de Niagara Falls.

O Delaine Fumé Blanc é um Sauvignon Blanc que amadureceu em tonéis de carvalho, mantendo a acidez necessária para acompanhar este prato, mas com uma maior estrutura (sem adocicado) para manter o equilíbrio com a gordura das linguiças e da carne de porco. Excelente aroma de frutas cítricas, não perde suas qualidades mesmo após 3 anos de sua colheita (2011) em função da passagem pelo carvalho.

É uma excelente pedida para refrescar este verão e suportar um jantar mais elaborado !

sábado, 21 de maio de 2011

Ai ! meu regime

Hoje, com muita saudade de casa, depois de passar pela loja da Harley e comprar as duas camisetas que Janeré e eu vamos usar, depois de comprar mais duas garrafas do vinho Reserva Magna, tínhamos que almoçar. Escolhemos para isso um restaurante italiano no shopping.

Depois de uma semana inteira comendo frango, tínhamos que escolher um bom filé. E assim foi feito. Um filé mignon alto, como o meu cunhado adoraria, relativamente mal passado, com molho em vinho tinto, e óbvio, acompanhado de uma ótima massa. Foi um Fetuccini a Alfredo, porém com um pouco de champignon fresco e um toque de espinafre (que deu o toque verde na massa).


A carne estava tenra, ultra macia, vermelha e sangrando, como devia ser. Nada de pimenta, nem pererril, nem cilantro. Muito bom !!!!


Para a harmonização, a carta de vinho era relativamente fraca, mas escolhemos um vinho espanhol, da região do Duero. Era um Tempranilo, 2009, com graduação alcoolica de 13,5%. Um vinho com um bom frescor, bastante frutado na boca, chegando quase a ser adocicado. Junto com o pão ciabata e azeite, esteve explêndido ! Junto com o filet e com o molho de vinho, faltou um pouco de corpo no vinho. Apenas junto com o Fetuccini, ele ficou muito forte. Mas conseguia se equilibrar muito bem com a carne e a massa na boca.


Todos sabemos que isto é um sacrilégio na Itália (comer massa com carne), mas como isso é bom !!!!

Para terminar, com todo aquele molho no prato, borrifei mais um pouco de azeite, sal, e o excelente ciabata cumpriu com sua função, e pude me deliciar à moda italiana, "chuchando" o meu pão no molho e degustando o vinho.... aí, sim ficou muito bom !!!! Só não ficou excelente porque faltou a Janeré para me acompanhar. Na próxima ela vem !!!


quarta-feira, 18 de maio de 2011

La armonización de México

A harmonização de hoje não estava no programa - estou na cidade do México a trabalho, e fomos convidados pelo pessoal da empresa para jantar. Fomos num restaurante grande, muitas alternativas de frutos do mar, uma bonita e farta adega.

Deixamos aos cuidados dos nossos amigos mexicanos a escolha do vinho. As entradinhas, tortilha com marisco, uma fatia de batata cozida com pedaços temperados de polvo cozido, entre outra coisas, estavam muito boas. O vinho escolhido harmonizou muito bem com a primeira tortilha.


O vinho, um tinto español, chamado Matarromera, Crianza (o que significa que passou por carvalho, mas não informa quanto tempo, - chequei na internet e descobri que foram 12 meses em barrica de carvalho americano - http://www.aporvino.com/comprar_vino/matarromera-crianza-2007-p-2794.html), era da safra de 2007, com 14,5% de alcool. mas não indicava o nome da uva - checando na Internet, o nome era Tinta del Pais.


Os taninos estavam MUITO redondos, e o corpo estava denso, volumoso na boca, não se sentia o alcool que estava equilibrado com a acidez, chegando a deixar o vinho aveludado, untuoso na boca.

O prato escolhido, sugerido pelo maitre, foi uma massa com frutos do mar. Infelizmente o prato desequilibrou-se do vinho, estando muito suave, e o molho de tomate um bocado adocicado, perdendo para o corpo do vinho. Como todos estavam bebendo este vinho, continuei jantando com o vinho que estava sendo servido - deveria ter tentado uma carne, mas num restaurante de frutos do mar, não ia recusar uma sugestão. O prato era composto de espagheti (cozido mais do que al dente), cortado em pedaços pequenos de 30 cm (o que matava o prazer italiano de enrolar o espagheti no garfo), molho de tomate, pedaços de camarão, polvo, lulas, e acho que mariscos. O molho estava adocicado. Quando coloquei um pouco mais de sal na massa, o vinho melhorou muito na boca.


Isto talvez seja algo a ser considerado quando for tomar um vinho tinto com maior corpo: buscar sempre pratos mais salgados, fugir de temperos suaves e adocicados.

Talvez um bom Chardonay, passado em carvalho, encorpado e com maior amargor tivesse feito mais sucesso com este prato. Quanto ao vinho degustado, acompanharia fácil um filé a Chateaubriand, ou um filé apenas grelhado.

Para concluir, tomamos um ótimo café expresso (provavelmente de origem colombina) e fumamos um charuto. Danilo, grato pela companhia e pelo prazer da conversa durante as bafarodas de charuto.

As imagens, só quando voltar para o Brasil, não trouxe o cabo da câmera.... :( :(..... OBS. hoje é dia 23/05, já de volta ao Brasil.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Degustação Light

A tônica desta noite foi buscar uma degustação que nos mantivesse na linha da dieta e exercícios que fizemos durante toda esta semana.

Na preparação dos acepipes, entradas, Janeré se inspirou em tudo que ouvimos e lemos durante a semana sobre comida saudável e dietas - peito de peru, queijo branco, tomate, atum..... obviamente que sob essa ótica é tudo muito ruim.... mas coloque um toque de majericão, sal e azeite no tomate cereja, e ele será a melhor harmonização da noite com o vinho Castillo de Molina. Este é um vinho Chileno, reserva, Sauvignon Blanc 2008 do Valle de Elqui, com uma graduação alcoolica de 13.5%.


O vinho, com aromas cítricos, sozinho na boca, lembrava como se várias gotas de limão tivessem sido respingadas na taça. Ótima acidez, sem chegar a ser frizante. E realmente, com o tomate, ele atingiu sua plenitude - as duas vertentes ácidas fizeram com que a soma de 1 + 1 fosse igual a 3. Este foi o resultado da harmonização do vinho com o tomate cereja temperado.

Buscamos outras alternativas interessantes do ponto de vista gastronômico, mas que não chegaram a harmonizar tão bem com o vinho - palitos de peito de peru com melão (talvez se fosse com abacaxi, poderia ter aumentado muito a complexidade da harmonização). Experimentamos  cenoura em palitos com patê de atum diet (acrescentei algumas alcaparras) e o resultado foi muito bom !! Também tivemos o queijo branco temperado com ervas finas, sal e azeite - muito bom, mas  não senti que tivesse sido a melhor harmonização da noite. O queijo branco, suave demais, deve harmonizar mais fácil talvez com um gewustminer ou chardonnay - vamos ter que experimentar outro dia.

Vamos para o segundo tempo (espero que esteja suficientemente sóbrio para dar continuidade a este blog).

O prato principal, mantendo o alinhamento com a dieta, continha penne integral, e o molho foi à base de funghi (shimeji, shitaki, champigon de Paris, etc) e filet mignon cortado na ponta de faca. Para completar, um toque de noz moscada. Estupendo !!! Preparou a boca, com força suficiente para enfrentar um vinho guardado já há alguns anos.


Este era um Migues Torres, chileno, Cabernet Sauvignon, Gran Reserva, ano 2003 com 13,5% de alcool, e que foi envelhecido 15 meses em barril de carvalho Americano novo. Fantástico !!! O gosto pronunciado da  madeira fazia com que os taninos e as gorduras fossem facilmente absorvidas pela boca. Sozinho na boca, o vinho pedia comida. Os taninos já estavam redondos, mas precisavam de  um complemento para desabrochar. O aroma intenso de frutas vermelhas maduras lembravam ameixas vermelhas maduras  bem perfumadas.


Harmonizar a massa e o vinho foi como unir um casal de apaixonados.... complemento total....entrelaçados... difícil de ser disciplinado e resistir à tentação de repetir mais  uma  porção e mais várias taças de vinho. Êxtase total no final.... eu não consegui terminar o blog ontem, comecei a dormir em frente a tela  e fui para a cama.

Não sem antes harmonizar 2 bolachas Champagne com uma dose de vinho fortificado da Casa Valduga, o 1875, envelhecido 10 anos em carvalho, com 18% de alcool (está muito perto de  um  Porto). Esta para  mim é uma simples mas uma das melhores harmonizações de sobremesa.... só a Janeré não quis provar até agora...rsrsrss.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fusili à Janeré x Vinho Mexicano (UAU !!!)

A harmonização desse dia foi supimpa !!! O objetivo era atenuar saudades, angústias, reduzir os chororós, e amenizar o stress, preparando para uma noite bem dormida.... que nada, foi muito melhor do que tudo isso, foi a celebração da vida, e como um dia depois do outro, ter a certeza que depois desta harmonização muitas outras virão !!!

Para complementar esta harmonização (embora pareça estranho harmonizar uma massa italiana com vinho mexicano), o fundo musical era a NET tocando forró.... provavelemente para harmonizar com a cozinheira !!! rsrrs

Estava tudo maravilhoso, e neste prato Janeré se supera !!!

A entrada estava por conta de uma berinjela ao forno (estava com um toque defumado muito bom !!), com azeitonas e azeite de oliva extra-virgem. Irresistível para comer com um excelente pão italiano.... meu regime só me permitiu comer com pão integral 9 grãos .... snif....


Abrimos o vinho mexicano. Não era qualquer vinho ! Era um Reserva Magna, ano 2007, com 13,8 % de alcool, com um corte de Nebbiolo, Cabernet Sauvignon e Syrah (sem mencionar as porcentagens), com um envelhecimento em barrica de 18 meses. Estava muito bom !!!! Janeré e eu esvaziamos a garrafa !


Com a berinjela o vinho estava muito bom ! Os taninos estavam MUITO redondos, o vinho era relativamente aromático (esperávamos mais por tanto tempo em carvalho), mas na boca explicou o motivo porque foi produzido. Acidez adequada à entrada e ao prato principal. Encheu a boca, preparando-a para o próximo bocado, harmonia igual e maravilhosa. Na boca o vinho chegou a ter toques adocicados. alinhando-se muito bem com o  molho de tomate com manjericão - equilíbrio total !


Quanto á massa (fuzilli), o molho principal foi feito à base de berinjela cozida com carne moída e tomate fresco (toque de pimenta e outros). O molho de cobertura foi feito à base de tomates frescos e manjericão. Neste contexto, o vinho abriu ainda mais, mostrando a sua plenitude. Este vinho com o molho de berinjela, que dava o tom amargo, junto com o molho de tomate e manjericão dando o toque adocicado e perfumado, realçavam os taninos redondos mas persistentes do Cabernet Sauvignon, e se equilibravam no perfume pronunciado do Syrah. A garrafa secou, com uma expressão de "quero mais ".


Depois de tantas deliciosas calorias,  dispensamos a sobremesa e  respectivo vinho de sobremesa. Vinho inigualável, vamos ter que procurar outra garrafa desta no México.

sábado, 30 de abril de 2011

Arroz com Pato X Cabernet Sauvignon

Sexta-feira com trânsito de 305 km, noite com temperatura mais baixa, fugimos do boteco e fomos jantar com Ricardinho e família. Foi uma noite de degustações eno-gastronômicas adorável. Vamos ao que interessa:

Preliminares
Patês de azeitona, gorgonzola e um foie grás
Torradas e crocante de polvilho
Presunto de Parma
Queijo Manchego com Azeite
VINHO: Cumbres Andinas - Chileno, Sauvignon Blanc, 2009
Vinho aromático, com notas cítricas, alta acidez na boca, suave, pouco amargor no  final, harmonizou bem com todos os acompanhamentos. Ficou excepcional combinando com  o crocante de  polvilho junto com o presunto de parma - neste caso, toda  a acidez se destacou positivamente.




Intermédio
Fondue de queijo, marca President
VINHO: Viña San Esteban Classic - Chileno, Sauvigno Blanc, 2009
Vinho aromático e com notas cítricas menos pronunciadas que o Cumbres Andinas, menor acidez e  maior amargor no final, o que equilibrava muito bem com o fondue, limpando a boca e preparando-a para outro pedaço de pão recoberto de queijo derretido.




Principal
Arroz de  pato - arroz cozido com pedaços de pato desfiado, e pequenos pedaços de bacon - pela coloração escura, devia conter também um pouco do sangue do  pato no cozimento - Excepcional e extremamente aromático. Se quiserem, eu dou o endereço da Rotisserie que preparou a iguaria.
VINHO: Morandé - Chileno, Cabernet Sauvignon, Gran Reserva, 2006, 18 meses em barrica de carvalho.
Vinho já no seu apogeu, com aroma  profundo herbáceo, como de musgo em tronco de madeira após a chuva. Na boca ele trazia todo o vigor do Cabernet Sauvignon, sabor acentuado de madeira porém complementando o delicioso gosto natural do Cabernet. Tambem foi sentido toques de frutas secas, principalmente figo seco. Os taninos estavam arredondados e muito adequados para acompanhar o arroz de pato. Equilibrio perfeito !!! Estupenda Harmonização !!! Não dava vontade de  parar de comer o arroz nem de beber o vinho. Recomendo muito este vinho !!



Finalmentes
Bolo de nozes com creme
VINHO: Salton Intenso - Brasileiro, Chardonnay, vinho branco licoroso doce, 15% alcool
Um excelente Late Harvest nacional, com acidez adequada, persistente na boca, não estava muito doce. O bolo estava um pouco mais doce do que desejado, mas houve um bom equilibrio com o vinho. Recomendo o vinho. Excelente alternativa nacional para vinho de sobremesa.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Pinot Noir X Pizza

Apesar do lugar comum de comer uma pizza em Sampa, talvez não seja nada comum harmonizar pizza com Pinot Noir.

Há uma questão interessante: pizzas em geral são relativamente leves, e requerem vinhos suaves. A escolha da pizza ficou por conta da Rai, e a escolha do vinho ficou por conta da Janeré. A idéia do Pinot foi por causa da suavidade esperada do vinho.

O vinho:
- Nome: Viniterra
- Vinícola: Viniterra
- Uva: Pinot Noir
- Ano: 2008
- Pais: Argentina
- Região: Mendonza
- Teor alcoolico: 13,5%



A pizza, dividida em uma grande (meio a  meio) e uma brotinho, da seguinte forma:
- Quatro queijos clássica, com bastante catupiry e gorgonzola;
- Uma toscana, com linguiça calabreza, bacon, champignon, catupiry e azeitona preta;
- Uma de atum, com atum  sólido e catupiry por  baixo.



As dicas foram:
- As 3 pizzas harmonizaram relativamente com o Pinot Noir (o vinho merecia outra harmonização, provavelmente um prato mais suave para dar um melhor equilibrio, e que não fosse pizza);
- Utilizar azeite com as pizzas mantem a degustação da pizza com o vinho numa escala aceitável;
- Rai colocou catchup numa das pizzas (raízes nordestinas arraigadas) e constatou que o choque  com o vinho foi BRUTAL e não recomendável;
- O vinho estava relativamente suave, taninos muito redondos, acidez boa porém baixa (e precisava de uma acidez maior para a grande quantidade de catupiry);
- Aromas suaves de morango e frutas vermelhas doces, sensação de alcool alta na boca devido à baixa acidez.

Recomendação:
- Na próxima pizza tentar um vinho Carmenère ou Shiraz.